Tsunami

Um tsunami (ou tsunâmi, do japonês ?? significando literalmente onda de porto) é uma onda ou uma série delas que ocorrem após perturbações abruptas que deslocam verticalmente a coluna de água, como, por exemplo, um sismo, atividade vulcânica, abrupto deslocamento de terras ou gelo ou devido ao impacto de um meteorito dentro ou perto do mar.

Há quem identifique o termo com “maremoto” – contudo, maremoto refere-se a um sismo no fundo do mar, semelhante a um sismo em terra firme e que pode, de facto originar um(a) tsunami.

A energia de um tsunami é função de sua amplitude e velocidade. Assim, à medida que a onda se aproxima de terra, a sua amplitude (a altura da onda) aumenta à medida que a sua velocidade diminui. Os tsunamis podem caracterizar-se por ondas de 30 metros de altura, causando grande destruição.

Origem no nome Tsunami

O termo “tsunami” vem do japonês ?? significando tsu (porto) e nami (onda). O termo foi criado por pescadores que, vindo da pesca, encontraram o porto desvastado, ainda que não tenham visto nem observado a onda no alto mar. As expressões “ondas de maré” (tidal waves) ou raz de maré (do francês raz-de-maré) são de evitar por constituírem, respectivamente, um anglicismo e galicismo desnecessários e enganadores, dado que os tsunamis nada têm a ver com as marés.

Causas

Ilustração da Causa de um TsunamiUm tsunami pode ser gerado por qualquer distúrbio que desloque uma massa grande de água, tal como um sismo (movimento no interior da terra), um deslocamento da terra, uma explosão vulcânica ou um impacto de meteoro. Os tsunamis podem ser gerados sempre que o fundo do mar sofre uma deformação súbita, deslocando verticalmente a massa de água.

Os sismos tectónicos são um tipo particular de sismo que origina um deformação da crosta; sempre que os sismos ocorrem em regiões submarinas, a massa de água localizada sobre a zona deformada vai ser afastada da sua posição de equilíbrio. As ondas são o resultado da acção da gravidade sobre a perturbação da massa de água. Os movimentos verticais da crusta são muito importantes nas fronteiras entre as placas litosféricas.

Por exemplo, à volta do Oceano Pacífico existem vários locais onde placas oceânicas mais densas deslizam sob as placas continentais menos densas, num processo que se designa por subducção. Estas zonas originam facilmente tsunamis.

Deslizamentos de terra submarinos, que acompanham muitas vezes os grandes tremores de terra, bem como o colapso de edicífios vulcânicos podem, também, perturbar a coluna de água, quando grandes volumes de sedimentos e rocha se deslocam e se redistribuem no fundo do mar. Uma explosão vulcânica submarina violenta pode, do mesmo modo, levantar a coluna de água e gerar um tsunami. Grandes deslizamentos de terra e impactos de corpos cósmicos podem perturbar o equilíbrio do oceano, com transferência de momento destes para o mar.

Os tsunamis gerados por estes mecanismos dissipam-se mais rapidamente que os anteriores, podendo afectar de forma menos significativa a costa distante.

Quais as características de um Tsunami?

As Tsunamis têm um comportamento muito diferente das típicas ondas de surf; propagam-se a altas velocidades e podem percorrer distâncias transoceânicas sem grande perda de energia. Uma tsunami pode causar estragos a milhares de quilómetros de distância da sua origem, podendo passar muitas horas entre a sua criação e o seu impacto na costa, chegando bastante depois da onda sísmica que a originou.

Tipicamente, cerca de dez minutos antes de um tsunami, o mar recua da costa, expondo parte do leito marinho. Se a inclinação for rasa, este recuo pode exceder 800 m. As pessoas inconscientes do perigo podem permanecer na costa, devido à curiosidade, mas este pode ser um sinal de advertência da vinda de um tsunami. Pode haver diversas ondas, com intervalos entre dois e quarenta e cinco minutos.

Estas características ocorrem porque as tsunamis possuem períodos extremamente longos e também grandes comprimentos de onda. Enquanto que as típicas ondas provocadas pelo vento, que podemos observar numa praia onde se pratica surf – geradas, por exemplo, por uma tempestade longínqua – sucedem-se de forma ritmada com um período de 10 segundos e comprimento de onda de 150 metros, as tsunamis podem ter períodos da ordem de uma hora ou mais, e comprimentos de onde que podem exceder os 100 km.

Uma onda tem tendência a esbater-se em ondas de água rasa quando a relação entre a profundidade da água e o seu comprimento de onda se torna muito pequena (isto é, quando a profundidade é bastante menor que o comprimento de onda). Como as tsunamis têm um grande comprimento de onda, vão-se comportar como ondas de água rasa mesmo no mar alto. As ondas de água rasa movem-se a uma velocidade que pode ser calculada pela raiz quadrada do produto da aceleração da gravidade (9.8 m/s^2) pela profundidade da água.

Por exemplo, no Oceano Pacífico, onde a profundidade da água ronda os 4000 m, um tsunami viajará a 200 m/s (cerca de 712 km/hora) com uma perda mínima de energia, mesmo em grandes distâncias. Com uma profundidade de 40 metros, a velocidade poderá atingir os 20 m/s (cerca de 71 km/hora), o que é, efectivamente, muito mais lento mas, ainda assim, suficientemente rápido para se fugir a tempo.

História

Embora os tsunamis ocorram mais freqüentemente no Oceano Pacífico, podem ocorrer em qualquer lugar. Existem muitas descrições antigas de ondas repentinas e catastróficas, particularmente e em torno no Mar Mediterrâneo. Os milhares de portugueses que sobreviveram ao grande terremoto de Lisboa de 1755 foram mortos por um tsunami que se seguiu poucos minutos depois.

Antes da grande onda atingir, as águas do porto retrocederam, revelando carregamentos perdidos e naufrágios abandonados. No Atlântico Norte, o Storegga Slidetem a maior incidência.

Santorini

Estima-se que terá sido entre 1650 e 1600 a.C. que ocorreu uma violenta erupção vulcânica na ilha grega de Santorini. Este fenómeno devastador levou à formação de um tsunami cuja altura máxima terá oscilado entre os 100 e os 150 metros. Como resultado deste tsunami, a costa norte da ilha de Creta foi devastada até 70km da mesma. Esta onda terá certamente eliminado a grande maioria da população minóica que habitava ao longo da zona norte da ilha.

A explosão do Krakatoa

A ilha-vulcão de Krakatoa, na Indonésia, explodiu com fúria devastadora em 1883. Várias ondas tsunami geraram-se a partir da explosão, algumas atingindo os 40 metros acima do nível do mar. Foram observadas ao longo do Oceano Índico e Pacífico, na costa ocidental dos Estados Unidos, América do Sul, e mesmo perto do Canal da Mancha.

Nas costas das ilhas de Java e Sumatra, a inundação entrou vários quilômetros adentro, causando inúmeras vítimas, o que influenciou a desistência da população em reabitar a costa, e subsequente êxodo para a selva. Actualmente, esta zona é designada por reserva natural Ujung Kulon.

O vulcão se desintegrou totalmente por volta de 1971, e no mesmo local do Krakatoa surgiu o Anki Krakatoa, que cresce 5 metros por ano, hoje alcançando 800 metros de altura e frequentemente esta ativo. Suas ondas destruiram toda a vila que havia ali perto bem como o farol que orientava os navegantes, restando apenas sua base e ha 50 metros dali, um novo farol foi construído.

22 DE MAIO DE 1960: O TSUNAMI CHILENO

O grande terremoto do Chile, o mais intenso terremoto já registrado, ocorreu na costa sul-central do Chile, gerando um dos mais destrutivos tsunamis do século XX.

12 DE JULHO DE 1993: HOKKAIDO

Um devastador tsunami ocorreu na costa da ilha de Hokkaido, no Japão em 12 de Julho de 1993, como resultado de um terremoto, resultando na morte de 202 pessoas na ilha de Okushiri e no desaparecimento de muitas mais.

Muitas cidades ao redor do oceano Pacífico, principalmente no Japão e Hawaii, possuem sistemas de alerta e evacuação em caso da ocorrência de tsunamis. Os tsunamis de origem vulcânica ou tectónica podem ser previstos pelos institutos sismológicos e o seu avanço pode ser monitorizado por satélites.

26 DE DEZEMBRO DE 2004: TSUNAMI NO OCEANO ÍNDICO

O Terramoto do Índico de 2004 disparou uma seqüência de tsunamis fatais em 26 de Dezembro de 2004, com vítimas fatais relatadas em mais de 285.000.

Outros Tsunamis que ficaram na história

DataMagnitudeAlt. máx.MortesLocal
02/09/19927.210 m170Nicaragua
12/12/19927.526 m1000ILha Flores, Indonésia
12/07/19937.630 m200Hokkaido
02/06/19947.214 m220Java
04/10/19948.111 m11Kuril Islands
14/11/19947.17 m70Mindoro
21/02/19967.55 m12Peru
17/07/19987.015 m2000Nova Guiné
23/06/20018.35 m50Peru
26/12/20049.0+-220000Oceano Índico

 

Um dos piores desastres com tsunamis arrasaram vilas inteiras ao longo de Sanriku, Japão, em 1896. Uma onda com uma altura de mais de sete andares afogou 26000 pessoas. Mais de 30000 pessoas morreram em Java durante um tsunami causado por uma erupção vulcânica em 1883.

AMEAÇAS FUTURAS

Abalos sísmicos no oceano

Em 2001, cientistas previram que uma futura erupção do instável vulcão Cumbre Vieja em La Palma (uma ilha das Ilhas Canárias) poderia causar um supergigante deslizamento de terra para dentro do mar.

Nesse potencial deslizamento de terra, a metade oeste da ilha (pesando provavelmente 500 bilhões de toneladas) iria catastroficamente deslizar para dentro do oceano. Esse deslizamento causaria uma megatsunami de 100m que devastaria a costa da África noroeste, com uma tsunami de 30m a 50m alcançando a costa leste da América do Norte muitas horas depois, causando devastação costeira em massa e a morte de prováveis milhões de pessoas.

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